"Se Jesus Cristo viesse para cá, e Judas tivesse a votação num partido qualquer, Jesus teria de chamar Judas para fazer coalizão".
A tão polêmica declaração do presidente Lula à Folha de São Paulo tem, a meu ver, sido criticada com razão, mas com argumentos não tão relevantes ao contexto explorado por ele durante a entrevista.
Clique aqui para ler a entrevista na íntegra.
Não discuto a relevância das implicações religiosas de tal declaração, mas insisto em esclarecer o motivo da crítica: a desonestidade e a falta de integridade da política brasileira.
Numa entrevista em que ele defende a capacidade de Dilma Rousseff de governar o país, ao mesmo tempo em que explica a sua mudança de ponto de vista e, inclusive, de posição política com relação à burguesia brasileira, é um absurdo que tenhamos a constatação por parte da maior autoridade nacional de que a política brasileira funciona à base de coalizões escusas e de que os princípios tenham de ser deixados de lado para conseguir base aliada no governo.
Não que todos nós já não soubéssemos disso, o que torna a declaração do presidente menos condenável, a meu ver, pois é essa, exatamente, a postura de milhões de brasileiros que em vez de tentarem mudar o quadro político do país, se conformam com a idéia de que não adianta trocar os políticos, porque são todos desonestos e nada vai mudar, não importa quem esteja no governo.
ISSO É UM CENÁRIO QUE SE TOLERA APENAS NO BRASIL!!! (Minha vontade é terminar a frase anterior com: "... MAS NÃO MAIS!!!")
Daniel Muñoz
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